sábado, 8 de setembro de 2012

Fábrica humana de medalhas

Parte II - Estados Unidos

Como os Estados Unidos conseguem ter sempre excelentes atletas em tantas modalidades?

Os Estados Unidos dominaram no quadro de medalhas e nós nos perguntamos como isso é possível num país em recessão.

Para entender o sistema americano de formação de atletas e preciso explicar que nos Estados Unidos não existem universidades gratuitas, até as escolas do governo exigem pagamento de mensalidades. Isso faz com que famílias economizem para a universidade dos filhos, ou os filhos se destaquem em alguma disciplina acadêmica para conseguir bolsa de estudo, uma delas é a modalidade esportiva. A maioria das universidades possui clubes esportivos. Seria como por exemplo se no futebol o São Paulo fosse da USP e o Santos de uma universidade da cidade de Santos.

Já no Colegial (High School nos Estados Unidos) os estudantes que se destacam nas disciplinas esportivas são procurados por universidades para fazer parte do seu quadro de alunos e, claro, jogar na equipe daquele estabelecimento.

Atualmente 6,9 milhões de estudantes do colegial são atletas nos Estados Unidos e entre eles alguns milhões serão recrutados para os clubes das universidades.

Quando estudei nos Estados Unidos, em Maryville-Tennessee, o Maryville College tinha um excelente time de basquete. Durante um jogo, fiquei admirada em ver que eles haviam contratado uma cantora para cantar o hino nacional americano antes da partida (mesmo sendo uma simples partida entre universidades).

Quando há torneios entre as “high schools”, os caçadores de talentos das universidades vão atrás das estrelas juvenis para “oferecer” uma bolsa de estudos com ajuda financeira (salários) para que estes estudantes escolham suas universidades e para isso, eles não exigem altas notas no SAT (tipo de Enem e vestibular).

Além dos caça-talentos das próprias universidades, existem também fundações que ajudam os atletas a encontrarem faculdades oferecendo bolsas de estudo atléticas. Veja mais sobre essas agências no http://www.athletes-usa.com/ .

Outro suporte aos atletas e através da iniciativa privada. A BMW por exemplo, uma das patrocínadoras dos jogos de Londres investiu nos atletas americanos. Sua fábrica em Mountain View, Califórnia desenvolveu uma câmera de perfomance (Stereo Vision) que capta o movimento de um atleta de salto em distância e calcula a velocidade, altura e largura do salto imediatamente, dando ao técnico uma valiosa informação para aperfeiçoar os treinamentos.

O decatleta Bryan Clay, medalha de ouro em 2008, explica que a câmera da BMW ajuda em seus treinamentos. “Nosso mundo é medido em centímetros e centenas de segundos, e isso realmente faz a diferença entre uma medalha de ouro ou nenhuma medalha.” Clay é um dos 11 atletas americanos que fazem parte do BMW Performance Team, que faz propaganda para a BMW durante o patrocínio da empresa nos jogos olímpicos.

 

P.S. O uniforme do time dos EUA foi feito na China e recebeu muitas críticas dos patrióticos americanos.

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